
CARRAZEDA DE ANSIÃES
A Vila de Carrazeda de Ansiães é formada pelo núcleo recente onde estão estabelecidas as zonas comercial, de serviços e pelo chamado fundo de vila ou zona histórica. Neste local reside a génese do atual núcleo urbano, tendo sido aqui instalado os paços do concelho após a transferência da sede municipal do Castelo de Ansiães para Carrazeda, ato que ocorreu a 6 de Abril de 1734. Em 1736 inicia-se a construção da Casa da Câmara que corresponde atualmente ao edifício onde se encontra instalada a Biblioteca Municipal.
No largo fronteiriço à casa da Câmara ergue-se o pelourinho municipal, estrutura setecentista símbolo do poder judicial, e a fonte das Sereias, chafariz granítico, edificado no século XVIII, grosso modo é constituído por um tanque no centro do qual se ergue uma coluna com o fuste ornado por quatro sereias.
Na vila poderá visitar o Museu Internacional de Arte Contemporânea ao Ar Livre que é constituído por dez núcleos de esculturas em granito, que refletem visões de dez escultores de grande prestígio internacional. O Centro Interpretativo do Castelo de Ansiães é um espaço dedicado ao Castelo de Ansiães e à história do concelho.
A igreja matriz, cuja padroeira é Santa Águeda é constituída por uma capela interligada a norte dedicada ao Senhor dos Passos do século XVII, por uma nave única, capela-mor, sacristia e torre sineira do final do seculo XVIII.
Carrazeda de Ansiães situa-se entre os rios Douro e Tua, no extremo sul do distrito de Bragança. Com uma área aproximada de 282 quilómetros quadrados, é considerada terra "de contrastes bem marcados na paisagem, nas formas de viver; nas actividades humanas e no imaginário colectivo".
O concelho, que nasceu Ansiães e que só no século XVIII passou para Carrazeda, foi povoado durante séculos, existindo, actualmente, vestígios das diversas ocupações, de que são exemplo antas, pinturas rupestres e fragas das ferraduras, ilustrativas da pré-história, do período Neolítico.
Tal como em todo o território nacional, também os romanos deixaram marcas da sua presença em Carrazeda de Ansiães, nomeadamente mosaicos, capitéis, bases, fustes, estuques com relevo, entre outras, com destaque para vestígios de troços de vias romanas.
No século XI, o rei leonês Fernando Magno outorgou a carta de foral à vila de Ansiães, fixando as suas fronteiras, sendo um foral anterior à nacionalidade, o primeiro a ser atribuído a terras que actualmente pertencem a Portugal.
D. Afonso Henriques, D. Sancho I, D. Afonso II confirmaram Ansiães como vila, tendo o foral definitivo sido promulgado por D. Manuel I, em 1510.
Em 1734 o poder de Ansiães é transferido para Carrazeda, resultando Carrazeda de Ansiães, nomenclatura que preserva as raízes e história do concelho.
Carrazeda de Ansiães revela-se geograficamente como um território heterogéneo, assumindo as particularidades das encostas do Tua e do Douro e do planalto. Nos declives do Alto Douro predomina a vinha, da qual resulta a produção de vinho do Porto de excelência, existindo espaço para outras culturas, como amendoeira, oliveira, figueira, pessegueiro, trigo, pereiras, mel, entre outras.
Já o planalto de Carrazeda, ladeado de montanhas, apresenta culturas distintas, como centeio, batata, feijão, milho, maçã, sendo rico em pastagens, com gado bovino, suíno, caprino e ovino.
Caracterizado pela diversidade da paisagem, da qual resulta a diversidade agrícola, o concelho de Carrazeda de Ansiães, dos mais antigos historicamente, apresenta um vasto património natural e arquitectónico, emblemático da presença do homem ao longo de séculos.